MARCAS DA ETERNIDADE
O tempo se fez sabedoria
E despertou a aurora
No olhar das frontes já cansadas
Que procuravam vida.
A voz rouca mobilizou as bocas
Que se aconselharam
E todas proclamam a mensagem
De que é preciso lutar sempre.
Com a fertilidade das idéias
Mais vivos agora estão os campos
E os camponeses já distinguem
O antes e o depois
Na trilha da emancipação.
Já não querem o pouco pisoteado
Querem o muito:
O Sol, o horizonte, a montanha,
A planície, a casa, o verso, a canção...
Revestem-se as ideias com todos os sotaques
E rompem o esquecimento das aldeias
Qualificam sonhos cobertos pelas finas lonas
Entrando pelos olhos se espalham pelas veias.
A academia deixou o sítio de Academus
E se espalhou para os recantos resgatados
Pela afetividade desregulou o tempo
Sintetizando em Ti, o futuro e o passado.
Cavalgam livros nas mãos dos camponeses
Vistos por vistas ainda marejadas
Letras visitam os calos ainda dormentes
Onde por épocas passearam só as enxadas.
Na terra boa onde cantamos hinos
E os pés descalços varrem os terreiros
Os próprios gritos dobram pelos sinos
Enchendo os corpos, a essência e os celeiros.
Cantam os pássaros com finos assobios
E as sementes reservam a potência
Florestas, flores, Florestan: presente!!
A eternidade já se tornou consciência.
Ademar Bogo
Pelos 15 anos da passagem
de Florestan Fernandes
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