Pela rua, movimento. Alguns soldados armados, e ela apressa o passo até o metrô.
Lá, pessoas desorientadas, alguns soldados da guarda civil mandam todo mundo pra casa.
- Hoje não há metrô, amanhã tudo volta ao normal, fiquem em casa e fiquem tranquilos, não entrem em pânico.
Ela tenta ordenar os pensamentos. Um moço de aproxima:
- Que que houve?
- Não sei... responde, meio sem gosto.
- Ei, eu te conheço!
Ela olha o rapaz, sem idéia de quem seja.
- Você me vendeu um livro semana passada...
- Ahhh, faz ela. Espero que tenha gostado.
- Gostei, gostei... ele a olha interessado.
- Do livro, eu tô falando.
- Ahhh, também gostei, é o Cem Anos de Solidão...
"Que maludo!", pensa, "essa história sem explicação na cidade, e o cara pensando na livreira?"
- Vou indo, curta o livro, que o autor é bom.
- Ei, posso te acompanhar? Já que não tem metrô... pra onde você vai? Onde você mora?
- Não, obrigada, tenho muita pressa, desculpe. Tchau.
No caminho de volta, cruza com um carro da polícia. O alto falante anuncia:
- Fiquem em suas casas. Em breve serão restabelecidos os serviços de eletricidade e gás. Acompanhem as notícias pela televisão e rádio...
Filas começam a se formar nos pequenos mercados.
Ela pega o celular para chamar John, mas, sem sinal, desabala uma corrida até a casa, enquanto constrói a idéia do que fazer em seguida.
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