sábado, 21 de novembro de 2009

Homenagem I

Hoje quero falar de amores.
Nem sempre cantados, nem sempre poéticos. Já se vão 12 anos.

Eu vejo como vou envelhecendo, e o que me deixa feliz é saber das pessoas tantas por cujo amor fui abraçada.

Uma dessas pessoas, alguns não conheceram, e muitos outros, sim.
Com ela, eu teria uma dívida impagável. Mas, era um ato de amor, logo, só gera em mim o compromisso de dar aos outros e as outras o que ela me deu: o amor pela leitura e tudo que advém daí.

Era muito pequena ainda, tinha uns 4 ou 5 anos, quando ela começou. Não entendia bem de vinham todos aqueles mundos fantásticos, mas, a cada dia sentava ou deitava para ouvir suas histórias.
E, histórias participativas!
“... então, Pedro puxou o pano que cobria o caixão, e, e, então, o que eles viram????
- Um monstro!
- Um vampiro!
- Um morto!”
Não lembro qual foi meu palpite, mas, certamente fui superada pelo mano e pela mana mais velhos, Gigio e Dite.

O fato é que as aventuras passaram a povoar minhas idéias.
“Os Seis e Casarão em Ruínas”, “Os Seis e o Cemitério Maldito”, e creio que comecei a inventar histórias para estes “Seis” amigos.

Quando não estava brincando com o Gigio e os amiguinhos, brincava sozinha pelos arredores, combatendo seres maléficos, percorrendo caminhos terríveis, que somente a mais destemida e inteligente guerreira poderia percorrer.
O canto da casa poderia ser o tombadilho de um navio naufragando, o topo do pé de carambola era a sala mais alta da torre, de onde eu deveria recuperar alimentos roubados pelo incrível rei de duas cabeças. Rastejar entre os pés de quiabo da mãe era um combate de sangue contra criaturas zumbis. E quando éramos atacados por lobisomens, então!

Em seguida, eles, os livros, surgiram concretamente na minha vida. Um dia a mãe explicava que ela estava voltando da biblioteca, onde ia todos os dias, e um cão a atacou.

(segue)

Um comentário:

Mulheres Cantam " La America" disse...

Eu ouvi esta historia la no sofá de casa que já nçao é mais a nossa casa...

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