segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O medo global, por Eduardo Galeano

O MEDO GLOBAL
Os que trabalham têm medo de perder o trabalho. Os que não trabalham têm medo de nunca encon­trar trabalho.
Quem não tem medo da fome, tem medo da comida.
Os motoristas têm medo de caminhar e os pedestres têm medo de ser atropelados.
Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.
É o tempo do medo.
Medo da mulher da violência do homem e medo do homem da mulher sem medo.
Medo dos ladrões, medo da polícia. Medo da porta sem fechaduras, do tempo sem reló­gios, da criança sem televisão, medo da noite sem com­primidos para dormir e medo do dia sem comprimidos para despertar.
Medo da multidão, medo da solidão, medo do que foi e do que pode ser, medo de morrer, medo de viver.

Um comentário:

Nelken Rot disse...

Este Galeano, tan querido, sigue siendo el mago de las palabras. Siempre capta el sentir, las palabras que están en la atmósfera y escribiendo literatura, es social y es político.

Continuo dando las gracias porque exista.

un abrazo gigante, mi bella trabalhadora do mundo.

Nel

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