terça-feira, 16 de março de 2010

Aunque el amo me mate

“Aunque el amo me mate a la mina no voy, yo no quiero morrirme en un socavon” (cancion interpretada por Quilapayun, no sé de quien és)


Trocando de linha de metrô, seguindo pelos corredores da estação Nunes de Balboa, pensava no que devia preparar para a aula de hoje. Ia despacito, em comparação com outros momentos em que me desloco correndo.
Em algum ponto do caminho passei a estar acompanhada por ela. Não me dei conta de imediato de qual era a fonte da angustia que comecei a sentir, até ouvir o choro da mulher. Ela ao telefone, chorava desesperada; não pude compreender o motivo, mas, falava e chorava como se o mundo estivesse acabando muito mal.
Eu, esponja, comecei a me sentir como se o mundo fosse acabar. Senti vontade de abraçar a mulher, que parecia latinoamericana. Como provavelmente esse gesto provocaria uma visita à policia, comigo explicando que não era tentativa de roubo nem assedio sexual, apressei o passo, me distanciando e pensando nos motivos que podem arrasar com nossos mundos.

“De hoje em diante, temeremos mais a miséria do que a morte” (B. Brecht)

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