domingo, 6 de junho de 2010

29. Wolf volta ao porão

Wolf sai do quarto, observando se Joana está por alí, não a encontra, e busca alguma saída alternativa à recepção.
Mas, a recepcionista o vê,
"Senhor João Albuquerque?"
Sem mais remédio, ele se volta para a moça.
"O senhor que estava te visitando deixou isso para você", e entrega um pacote.
Wolf agradece, pega o pacote tentando disfarçar a surpresa, e sai.

Na rua, observa o movimento, e vai pegando ruelas e avenidas, até a casa da avó.

A velhinha o abraça, preocupada e aliviada.
"Ele me deixou isso na recepção do hospital..."
"Ele é ele, mas te conhece, e te respeita..."

Abrem o pacote: dinheiro, papéis de identidade, carimbos, documentos falsos com fotos de Wolf, dois spray de pimenta. Wolf se espanta, a avó não.

"Você pode ter escondido muito bem de quase todo mundo. Ele te conhece, meu filho, e ele respeita tua coragem e..."
"E?"
"E teu amor..."
"Como ele sabe?"
"Ele sabe tudo...", a avó sorri, "e quer que você sobreviva, antes que qualquer coisa."

Deixa o neto comendo, e arruma um pacote com todo o dinheito que tem, mais medicamentos de quase todo tipo.
"Lenoir ligou", a avó nota a sombra nos olhos do neto.
"E está bem?"
"Sim, amanhã vou tentar encontrá-lo."

Na entrada da noite, uma velhinha sai do edifício, apoiada numa bengala, empurrando um carrinho de feira, e toma um táxi.
Quando se crê seguro, com um gesto Wolf pede ao taxista que páre, paga sem dizer nada e desembarca. Em um beco, tira o lenço e o vestido da avó, deixa o carrinho de compras, põe o disfarce na mochila e segue, ainda com a bengala, ao porão.

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