terça-feira, 1 de junho de 2010

25. Os outros

O menino, o mais suavemente que pode, pergunta na recepção pelo senhor João Wolfgang Cavalcanti Abulquerque dos Santos. A recepcionista o olha entre desconfiada e divertida,
"o que você é dele?"
"sou amigo..."
"ele não pode receber visitas"
"você pode entregar uma carta pra ele então?"
Ela se rende à diversão, que gracioso o menino.
"posso"

Joana lê o bilhete detidamente, dez vezes. A raiva toma conta, e o faz pedaços. Observa a respiração irregular de Wolf, sente ímpetos de sufocá-lo.
"comunistinha do diabo..."
O bilhete era curto e aparentemente pouco esclarecedor.
"Chaval, td ok. T esperamos, atentxs. Se pt 1 no, mesm batlocal jornadas, mesm hr. TQ."
A única conclusão que Joana chegou era certa, sabia que ela havia escrito. Só ela chamava Wolf de chaval e outras variantes carinhosas, que no começo irritava, e depois passou a ser um ponto de união dos dois.

"vou te machucar, Wolf, vai doer pra você...", e ela aperta os dentes. Wolf abre os olhos.

"o que você fazia na rua aquela hora? onde você ficou esse tempo todo?" ele a olha, parece confuso, e fecha os olhos.
A porta se abre, e entra o avô. Joana o cumprimenta e atende o pedido para que saia. No corredor, liga para Javier, imaginando como atingir Wolf.
"preciso te encontrar"
"tô trabalhando"
"é urgente. Ela escreveu"
"o quê?"
"pra eles se encontrarem no ponto 1, ou no mesmo batlocal jornadas... sabe o que é isso?"
"acho que batlocal é o parque... e o que mais?"
"só. Mas, quero te ver"
"tá bom, em uma hora"

Joana sai do hospital. Javier sai do escritorio da Inteligencia.

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