segunda-feira, 31 de maio de 2010

24. De como Lenoir retoma contato Wolf

Acorda assustado, cheio de dores, com o tornozelo inchado e com fome. O sol queimava, e o relógio indicava quase meia tarde.
"que merda fui fazer...", começa a se arrepender da impulsividade com que agira. Tanto tempo levara pensando em como fazer isso, e agora se sentia só e meio desesperado.
"que merda, sair assim e agora posso morrer de sede e inanição"

Levanta-se com apoio do cajado improvisado, caminha por uma hora, e a respiração fica difícil, com a garganta seca. Consegue chegar a uma estrada, e caminha mais lentamente. Mais meia hora, e aponta uma carroça, que pára sem mais, Lenoir se atira dentro dela sem perguntas.
O condutor lhe oferece água, e olha o pé machucado, "tem tratar isso, moço". "Isso é óbvio", pensa Lenoir, e em voz alta, "sim, assim que chegar na próxima cidade... qual é a próxima cidade?".

O carroceiro o olha com desconfiança. Mas, acima de tudo, ajudar o pobre, tão sujo e com um aspecto tão deplorável. "vamos pra minha casa, você pode comer e tomar um banho". O viajante agradece, se recolhe em pensamentos, desejando encontrar também um telefone em funcionamento.

Tem sorte. Desce da carroça com a ajuda do homem, e ao ver o aparelho na sala, pede para usar. Querendo se livrar do imprevisto hóspede, o dono da casa assente imediantamente.
O telefone dela, mudo. "Querida...", como queria ouvir a voz dela. O número dois em importância, John; também mudo. O número três, Wolf, o atende pronto. Tentam se entender por meio de senhas, um pouco complicado, mas, ao final fica entendido que Wolf tentará chegar onde o outro está até o dia seguinte.

"quer que chame um médico?"
"não tenho dinheiro"
"então toma esse remédio, é pra dor, pelo menos ajuda"
"se puder passar a noite aqui, amanhã um amigo vem me buscar"
"te levo pra cidade, e te deixo num hotel. Com essa guerra..."

Lenoir entende o medo do camponês. Fica contente com a ajuda, agradece, e depois de banho tomado e jantar, recebe um pacote de alimentos e os dois seguem de carroça pra cidade. O automóvel fica estacionado, "economizar gasolina, com a guerra..." explica o sábio camponês.

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