sexta-feira, 7 de maio de 2010

3. De como um homem faz seu trabalho

"Droga!", pensa enquanto olha ela se afastando.
Nota como a bunda da mulher se desenha sob a calça jeans, tem vontade de tocá-la. Uma bunda pequena, "bonita", conclui ele.

De novo vai segui-la, vai se postar no bar perto da casa dela, e ficar olhando. "Uma hora te pego, comunistinha..."

Estava cansado. Passara a noite acordado, ouvindo as últimas noticias e logo a preleção do comandante. Sabia que havia diversos grupos como o seu, com tarefas parecidas, já que havia muitos vermelhos na região.

Tinha pressentido que alguma coisa grande ia acontecer, pois recebera ordens de aumentar a vigilância. Agora dividia com outro a tarefa de vigiar a mulher 24 horas. Aparentemente, não havia muito que fazer.

Quando chegaram as primeiras noticias dos ataques, ficou eufórico. Já passava da hora de tomar uma atitude. Agora, suas tarefas estavam mais abertas, com a declação da guerra, pelo menos dentro da corporação seu trabalho estava relativamente aberto e aceito.

Observou a mulher caminhando apressada, o vento brincando com o cabelo dela, a postura ereta e o passo firme, embora as vezes como que pisava em falso, "o joelho...", ele sabia o motivo, o velho ferimento do joelho dela.
Foi caminhando atrás, tomou outro caminho, sentou-se no posto de sempre quase em frente à casa dela, abriu o jornal, e esperou.

Sabia que ela ia sair a qualquer momento.

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