domingo, 9 de maio de 2010

8. Da tarefa de encontrar o grupo

"Não é difícil perceber uma mulher com uma mochila grande, num cavalo, roubado ainda por cima, porra!" berra o agente que a perdera na autoestrada.
Por rádio, informa que já não a pode seguir, e dá as indicações para quem está na cidade. "idiotas... uma mulher, num cavalo, no meio da cidade!"

Mais tarde, junta-se aos colegas e começa o relatório. Ouve a conversa ao lado,
"Cuba já era..."
"Claro, primeiro alvo, acha que o MacCain ia deixar barato?"
"É, mas a China cobrou caro..."
"Será que irão nos convocar pra campo?"
"Certamente. Depois da convocatória de hoje, vamos todos. E, depois de Zaragoza..."
"Acho que Zaragoza vai demorar uns dias... antes, tem o pentágono pros chino tentar acabar"
"E você acha que alguém esqueceu que nós mandamos tropas pro Iraque? Vão querer nos arrancar a pele"
"Que nada, até lá já acabamos com eles"

"Já acabamos com o mundo..." pensa amargurado o vigilante.
Vai até a sala de TV, serve café, aumenta o volume do som.
Bombas em Cuba. Uma bomba atômica no Brasil, duas na China. Misseis nas duas costas dos Estados Unidos.
Parecia que todo mundo só estava esperando um sinal pra disparar suas cargas.
A luta pelo controle dos satélites. As explosões no céu.
Centenas de milhares de civis mortos.
Quase nada lembrava as outras guerras mundiais. Poucas horas, e uma destruição incontável. Genebra na lata de lixo.

Precisa reencontrar a mulher. "Onde você iria, diaba?" Ela não tinha se dirigido pra nenhum dos lugares previstos.
Termina ansioso o que precisa escrever, pega arma, mapa, lista de endereços, e sai. Quer examinar sozinho e com cuidado o material que ela tinha jogado no lixo.

Segue pro local de interrogatórios. "Alguém cantou?" "Nada..."
Entra no corredor de celas, chega em frente a John, olha o rosto inchado, as mãos feridas, sangue secando na camisa, um olho fechado. Sorri satisfeito. "Logo te pego, comunistinha..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário